domingo, 25 de julho de 2010

Por: David Bravo

Entrevista realizada com a assistente social do IFES – Colatina/ES, Maria Madalena Bravo de Oliveira, graduada em Serviço Social pela UFES com especialização em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais pela UFMG, que falou sobre as características sócio econômicas, e programas de auxilio para alunos dos Cursos Profissionalizantes na modalidade de EJA.

Andressa, Formanda do PROEJA, e Maria Madalena.


Qual o perfil sócio econômico dos alunos matriculados no EJA?
O curso de EJA no Ifes campus Colatina é profissionalizante e os alunos possuem características diversas de outras instituições. È composto, na sua maioria, por alunos do sexo feminino, com idade predominante entre 19 e 25 anos, mais da metade dos alunos estão inseridos no mercado de trabalho, cerca de 65% dos alunos são casados e 80 % doas alunos apresentam renda per capta de até um salário mínimo.

Quais os programas assistenciais oferecidos aos alunos?
A instituição oferece programas assistenciais a todos os alunos, contudo, o programa mais procurado pelos alunos do EJA é o Bolsa de Estudos,em que os alunos são remunerados para prestar serviços na área administrativa da escola, e devem trabalhar por 4 horas no contra turno das aulas. Essa bolsa tem como principal critério de seleção a condição socioeconômica dos alunos.
Outro programa assistencial é o Bolsa PROEJA, que é um recurso repassado pelo SETEC/MEC, destinado exclusivamente aos alunos da EJA. No entanto, a instituição também complementa com uma parcela para contribuir no intuito de promover a sua permanência na escola. Por isso, há um controle mensal da freqüência dos alunos e um controle semestral ao aproveitamento escolar, já que uma dos critérios para a concessão dessa bolsa é a permanência dos alunos no curso.


Quais os principais motivos para a evasão escolar?
Com relação à evasão escolar, posso enumerar alguns fatores relativos ao perfil social dos alunos. Noto que os alunos evadidos enfrentam situações familiares e profissionais que os impedem de conciliar com a escola. Outro fator é de que eles encontram dificuldade em atingir o nível de exigência do curso.

Como é o comportamento dos alunos beneficiados pelas bolsas escolares com relação aos critérios de permanência no programa?
Os alunos beneficiados com o Programa Bolsa de Estudos demonstram responsabilidade, assiduidade, preocupação em manter a bolsa, visto que os alunos devem ter desempenho acadêmico satisfatório e não apresentar problemas disciplinares para que eles possam permanecer assistidos pelo beneficio.


Renato e Erlânia, formandos em PROEJA, e Maria Madalena.


Qual sua opinião sobre a efetividade dessas ações no processo educativo do aluno?
Apesar da preocupação com o desenvolvimento social dos alunos, e dos programas serem direcionados para assegurar a cidadania e minimizar os efeitos das desigualdades sociais, possibilitando que o aluno em situação de vulnerabilidade social permaneça na escola e conclua o curso vejo que, com relação à efetividade dessas ações, acredito que a concessão da Bolsa PROEJA não tem demonstrado eficácia para evitar a evasão escolar. Por outro lado, o Programa Bolsa de Estudos tem surtido o efeito esperado dos alunos
Com relação ao Programa Bolsa de Estudos, o perfil é outro, pois o objetivo principal do programa é contribuir para o desenvolvimento do senso de responsabilidade e iniciativa dos alunos

Por: Michele Amaral Rocha

Conversando com os professores do Projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA), da EMEF “Álvaro Marques de Oliveira” no município de Sooretama pude ver as condições em que os alunos estudam, a escola tem boas instalações, mas os livros didáticos são um problema, pois não tem livros para todos os alunos, assim os professores, fazem trabalho em grupo e usam apostilas, a biblioteca também não atende a esses alunos, pois essa escola durante o dia, funciona apenas do 1º ao 5º anos e a biblioteca é equipada somente para esses alunos.

Os alunos normalmente estão em busca de um certificado do ensino fundamental na maioria das vezes porque o mercado de trabalho exige níveis de escolaridade cada vez maiores. Outros procuram a EJA somente para aprender a ler e escrever.
Há também um nível de evasão muito grande, pois maioria dos alunos trabalharm durante todo o dia e no decorrer do curso desistem.
As turmas são bastante heterogeneas, visto que no bairro há uma quantidade muito grande de alunos defasados no Ensino Fundamental, quando esses alunos completam 15 anos eles preferem estudar a noite, assim passam para a turma da EJA, segundo os professores há uma enorme dificudade em trabalharam, pois a muita diferença na maneira de pensar, se comunicar e agir entre os alunos.

Diante disso, acredito que esses alunos ainda enfrentarão dificuldades para o mercado de trabalho, pois eles não são preparados para o mesmo.

Por: Victor Cometti Borlini

Eu, Victor Cometti Borlini, professor de Geografia, trabalho em uma escola municipal, que se localiza na zona rural do município de Aracruz – ES. O público dessa escola, no caso, os alunos, moram nas redondezas, nas fazendas, sítios, distritos. De acordo com alguns relatos, percebi que alguns sonham algum dia sair dali e se tornarem profissionais qualificados, outros não possuem essa perspectiva, pensam em ficar e ajudar os pais. Não tira a razão de nenhum deles, mesmo porque sou apenas amigo e professor, não digo o que eles têm que fazer, apenas aconselho. As imagens abaixo são momentos vividos na escola pelos alunos e professores.
Psicologia na Escola

Aqui os alunos, com auxilio de uma psicóloga (parte do corpo docente da escola – estando com os alunos uma vez por semana) fazem cenas (teatro improvisado) do cotidiano escolar. Qual o tratamento dos professores, coordenadores, supervisão e direção com os alunos e suas respostas diante disso e vice versa. Esse trabalho tem o objetivo de entender os alunos e quais as suas reações e em cima disso, além de suas reflexões, ou seja, se cada personagem cumpre seu papel no ambiente escolar, incluindo os próprios alunos. A psicóloga está na frente da porta, os demais são alunos do 9º ano do ensino fundamental.
Geografia e Português trabalhando em conjunto

Os alunos do 7º ano do ensino fundamental faziam uma seção de cinema onde o tema central do filme era a violência urbana. Apesar da maioria dos alunos residirem na zona rural, a área urbana é muito próxima, e com isso os problemas sociais começam a atingir esse espaço. No conteúdo de Geografia se trabalha com os alunos alguns problemas sociais urbanos que temos no Brasil e um deles é a violência urbana. Já em Português a atividade proposta é desenvolver a produção de texto, desenvolvendo o censo crítico do aluno para o assunto. As duas disciplinas juntas tentando contribuir para crescimento dos alunos perante assuntos de extrema importância, que devem ser discutidos no âmbito escolar.

E no futuro...

Esse aluno tem um objetivo na vida, ser um grande profissional no futuro, seja Médico Veterinário, Agrônomo, Engenheiro, Professor (porque não?), qualquer destas profissões, precisa de muito estudo e muito esforço, dedicação e persistência. Nada melhor do que começar uma dessas etapas quando ainda se é bem novo. Outro ponto importante na imagem é a utilização do livro. Muitas pessoas tratam o material impresso como coisa do passado. As novas tecnologias hoje contribuem muito, mas se pensarmos que muitos indivíduos não têm o acesso a essas tecnologias, a alternativa é o uso do material impresso. Hoje a ideia é associar o novo ao antigo, sem abandonar um método em relação ao outro, e sim que ambos trabalhem unidos. Fiquem tranquilos, já começamos a fazer isso.


Um contratempo em sala:

Bem, essa imagem eu não poderia deixar de fora. Não sei, mas acho que é um CONTRATEMPO que todos os professores convivem dia após dia em sala de aula. Alunos inquietos, que não param um só segundo. Em alguns casos não sei se posso rir ou até mesmo chorar. Existem momentos que não sei mesmo o fazer!!! Olhem esse caso, estava explicando o conteúdo, quando virei para o quadro o aluno se levantou e se escondeu atrás da porta. Voltei a posição inicial e dei falta do aluno, perguntei ao colega do lado, onde está ele? Só respondeu apontado para a porta.

Resolvi tirar a foto, num momento meu de inquietação....